BIM: a ferramenta da arquitetura que veio para ficar
Arquitetura e Urbanismo é um dos mercados que mais evolui de acordo com os novos desenvolvimentos tecnológicos. E, para os profissionais da área, uma ferramenta se tornou indispensável. Trata-se da tecnologia BIM (Building Information Modeling), ou Modelagem da Informação da Construção. É um método de trabalho que reúne, por meio de ferramentas digitais, todas as informações que dizem respeito à construção de um edifício.
De acordo com o arquiteto e urbanista Luiz Augusto Contier, conselheiro suplente do CAU/BR e um dos pioneiros no uso da tecnologia no Brasil, pode-se dizer que, com o BIM, o profissional deixa de fazer desenhos ou representações da obra e passa a construir virtualmente a obra. “No AutoCAD, eu desenho virtualmente, as ferramentas são praticamente as mesmas da prancheta de desenho. No BIM, não. Em vez de desenhar, eu construo virtualmente”, afirma Contier, que completa:
“Nos programas que trabalham com o BIM, cada objeto tem uma série de propriedades. Uma porta, por exemplo, não é apenas um desenho retangular, o programa já diz se essa porta é de madeira, se tem ferragens, dobradura, maçaneta, etc. É como se o arquiteto trabalhasse diretamente na maquete ao invés de desenho”, explica.
A plataforma BIM pressupõe um ganho de eficiência dos escritórios e uma assertividade maior dos documentos. Principalmente por evitar erros e retrabalho na hora de compatibilizar os projetos. “No modo tradicional, um profissional trabalha na planta enquanto outro faz o corte, são documentos soltos, muito mais suscetíveis ao erro. Com o BIM, ao retirar uma privada de um determinado pavimento do edifício, ela some da planta, do corte e do quantitativo, automaticamente. Todos os profissionais trabalham usando as mesmas informações, em tempo real. O BIM aumenta a assertividade, reduz o retrabalho e permite entregar mais coisas, melhorando a performance dos escritórios”, ressalta o arquiteto.
Segundo Contier, muitos arquitetos e urbanistas reclamam da concorrência desleal – e ilegal – praticada por leigos que aprenderam a desenhar plantas em programas de desenho arquitetônico – os chamados “cadistas”. Com o BIM, o trabalho dos arquitetos e urbanistas se valoriza, pois é preciso saber mais do que desenhar para montar um projeto: é preciso entender de Arquitetura.
“O BIM aumentou a idade média dos arquitetos que tenho no escritório. Agora preciso menos das pessoas que conhecem os programas e mais das pessoas que possuem experiência em Arquitetura. Os softwares de BIM possuem poucos comandos de objetos, o resto é Arquitetura: definir critérios, parâmetros, propriedades. Eu contrato no meu escritório gente que não sabe BIM, porque isso ensino rapidinho, mas Arquitetura tem que saber antes”.
ECONOMIA
Com o BIM, o arquiteto possui muito mais segurança para realizar orçamentos de obras, já que cada produto usado no projeto já vem com as especificações de fábrica – incluindo o preço. Além disso, reduz muito o desperdício. Segundo dados de uma grande construtora brasileira, 88% dos documentos de um projeto sofrem alteração, sendo que 45% do total de documentos sofrem revisão após o projeto completo. O desperdício com instalações chega a 25%, sendo que 10% decorre da falta de integração entre orçamento, compras e suprimentos. Erros que poderiam facilmente ser evitados com o uso do BIM.
Para o especialista, a concorrência do futuro será em BIM. Com tantas vantagens, muitos contratantes, inclusive governos, já começam a exigir que os projetos sejam produzidos na Plataforma BIM. “Hoje, nós temos diversas empresas estrangeiras de projetos, legalmente estabelecidas no Brasil, que já trabalham com a plataforma, e nós não podemos perder mercado para essas empresas”, afirmou Contier.
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Com informações do CAU/BR
Foto: Divulgação CAU/BR