Inteligência artificial: será que a Skynet está entre nós?
O filme “Exterminador do Futuro” (1984) trouxe uma inteligência artificial do século XX que enviou um robô de volta no tempo para aniquilar o chefe da resistência à dominação das máquinas sobre a humanidade, a Skynet. Será que estamos vendo o nascimento da Skynet?
Um dos assuntos mais quentes do momento é o ChatGPT, um programa de computador capaz de se comunicar por texto como se fosse uma pessoa com a grande vantagem de ter acesso a muitas informações presentes na internet. O mundo está maravilhado, e muitas vezes assustado, pela qualidade de produção de textos, artigos, solução de problemas, etc, apresentados pelo ChatGPT. E a pergunta que não quer calar é: “Quando seremos substituídos por máquinas?”.
Com as informações que se tem no momento, não é possível responder a essa pergunta, mas pode-se olhar para a história. Programas como o ChatGPT, Google, o Waze, as sugestões de conteúdo dadas pelo NetFlix e tantas outras aplicações utilizadas no dia a dia das pessoas fazem uso de Inteligência Artificial. Mas o que é Inteligência Artificial (doravante, IA)?
“A IA nasceu na década de 1940 com o intuito de fazer com que máquinas executassem tarefas melhor que humanos. Nos dias atuais pensamos mais em fazer máquinas que apresentem comportamento inteligente. Esses comportamentos podem ser imitações de ações humanas ou de qualquer fenômeno produzido na natureza, tais como, o sistema de comunicação das formigas que conseguem rapidamente se agrupar em torno de uma pequena quantidade de açúcar. O objetivo? Deixar a vida do ser humano mais fácil”, explica Marcelo Arantes de Oliveira, especialista no assunto e professor do curso de Sistemas de Informação do UGB-FERP.
As pesquisas concentraram inicialmente em migrar tarefas simples e repetitivas para programas de computadores a partir da configuração de regras, por exemplo: fazer pintura de automóveis, jogar damas e provar teoremas matemáticos (talvez fosse tão simples assim). Na década de 1970 já havia programas capazes de guiar diagnósticos médicos de maneira precisa. Na década de 1980 a indústria começou a fazer uso de IA e a partir de 2000 ela ganhou a Internet. “Atualmente temos IA em quase tudo que é tecnológico desde busca por receitas de comida na Internet a detecção de alvos militares. Tudo passando por diversas técnicas que de alguma forma replicam comportamento inteligente em máquinas”, explica.
Então, a humanidade está perdida? Não por enquanto! O fato é que a Inteligência Artificial tem seus limites e são vários. “Me permita citar dois, primeiro: os recursos de computacionais, tais como memória, conexões entre computadores, velocidade dos computadores são limitados comparados com os problemas que se apresentam, então, muitas das soluções apresentadas funcionam para um grupo bem reduzido de dados; segundo, e mais importante: ‘o desenvolvimento da Inteligência Artificial depende do desenvolvimento de ferramentas matemáticas que aumentem a autonomia dos programas, ou seja, é preciso que, em algum momento o computador consiga se auto programar. Existe pesquisa nessa área, mas é uma realidade ainda distante’”, salienta Marcelo.
Programas como ChatGPT, Midjourney, Gamma, Google, NetFlix etc de fato, não criam, mas fazem boa utilização dos dados que estão disponíveis na Internet e a maneira como isso é feito nos leva ao assombro.
“Sim, IA é uma excelente ferramenta, está simplificando algumas tarefas, e consequentemente substituindo pessoas em atividades repetitivas. Mas ainda não pode fazer tudo, ainda não pode criar (no mais amplo sentido da palavra), ainda há muito a caminhar e não, a Skynet ainda não está entre nós... eu disse ‘ainda’...”, finaliza Marcelo.