O campo da Biomedicina: da pesquisa por vacinas à área de estética, um mercado promissor
A pandemia causou tragédias e enormes prejuízos em todo o mundo. Mas, por outro lado, revelou a importância de um grupo de profissionais que foi fundamental nesse período, seja nos centros de pesquisa, nos laboratórios, nos hospitais, entre outros. E dentro desse contexto está o biomédico. Coordenadora do curso de Biomedicina do UGB-FERP, Tatiana Fulco afirma que eles tiveram papel preponderante após a descoberta do coronavírus. Segundo ela, com a chegada do SARS-CoV-2 ao Brasil, iniciou-se o trabalho de monitoramento genético para averiguar se o vírus apresentava mutações, o que poderia lhe conferir maior patogenicidade. Quem sequenciou o coronavírus no país foi a biomédica Jaqueline Goes, profissional muito experiente e que já havia atuado no trabalho de combate a outros vírus.
“Somos laboratoristas por excelência, por isso as testagens, sejam elas moleculares (por RT-PCR) ou sorológicas (confirmando a presença de anticorpos), realizadas por biomédicos, tornaram-se essenciais no monitoramento da evolução da disseminação viral e para real confirmação dos casos. Nossa formação permite que atuemos nas linhas de pesquisa em busca de vacinas e tratamentos eficazes. Exames de imagem, como a tomografia, realizadas por biomédicos habilitados em imagenologia, tornaram-se importantes para auxiliar nas decisões da equipe médica qual estratégia tomar para salvar vidas”, explica.
Tatiana frisa que há biomédicos em contato direto ou indireto com a Covid-19, gestores de qualidade, responsáveis técnicos envolvidos com biossegurança, a fim de garantir condições seguras de trabalho. “Há biomédicos por trás dos bastidores atuantes em saúde pública, vigilância sanitária, a fim de auxiliar programas governamentais de saneamento para erradicação de doenças, atuantes agora na tentativa de erradicação do causador desta pandemia”, reforça ela.
A área de atuação do biomédico é bastante ampla. No entanto, para o desenvolvimento de suas atividades, o biomédico deve ter o reconhecimento de habilitação na área específica em que atua. Ao todo são 31 habilitações: Acupuntura, Análise Ambiental, Análises Bromatológicas, Auditoria, Banco de Sangue, Biologia Molecular, Biomedicina Estética, Bioquímica, Citologia Oncótica, Docência e Pesquisa: Biofísica, Virologia, Fisiologia, Histologia Humana, Patologia; Embriologia e Psicobiologia, Farmacologia, Fisiologia do Esporte e da Prática do Exercício Físico, Genética, Gestão das Tecnologias de Saúde, Hematologia, Histotecnologia, Imagenologia, Imunologia, Informática de Saúde, Microbiologia, Microbiologia dos Alimentos, Monitoramento Neurofisiológico Transoperatório, Parasitologia, Patologia Clínica (Análises Clínicas), Perfusão Extracorpórea, Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), Radiologia, Reprodução Humana, Sanitarista, Saúde Pública e Toxicologia.
Por conta de todo esse campo de atuação, Tatiana é categórica em dizer que as perspectivas são as melhores para quem atua nessa área. Segundo ela, a Biomedicina é considerada uma das profissões do século, por um motivo muito simples: é fundamental para a identificação, controle e cura de doenças que afetam os seres humanos. Os ramos da Biomedicina ligados à reprodução humana, biomedicina estética, biotecnologia e perfusão extracorpórea estarão em alta nos próximos anos.
“Além disso, os campos clássicos de atuação dos biomédicos, como análises clínicas e imagenologia, dão sinais de que irão continuar a demandar a mão de obra desses profissionais por bastante tempo ainda. Os biomédicos encontram trabalho em hospitais, clínicas, laboratórios, indústria, bancos de sangue, centros de diagnóstico por imagem, no serviço público em geral, institutos de pesquisa e clínicas de estética”, ressalta a coordenadora.